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Série de podcasts debate 'maritório' a partir do olhar de comunidades pesqueiras de RJ e SP



Você já imaginou o quão profundos são os impactos dos grandes empreendimentos sobre a pesca artesanal? Para compreender e refletir sobre os enfrentamentos que as comunidades tradicionais pesqueiras vivenciam na exploração do pré-sal na região do litoral sul do Rio de Janeiro e do litoral norte de São Paulo, o Projeto Redes apresenta a primeira temporada da série “Maritório: entendendo os potenciais impactos”.


A primeira temporada é composta por entrevistas com Angélica Sousa (Ilhabela-SP), Robson Possidônio (Trindade-RJ) e Adrielle de Jesus (Ilha Grande-RJ). Ao longo dos episódios, as lideranças falam sobre como seus territórios são atingidos pelos impactos da exploração de petróleo, pesca industrial, especulação imobiliária e a ausência de políticas públicas que garantam ao pescador artesanal o seu direito a pesca.


Embora o conceito de maritório não seja unanimidade entre as comunidades pesqueiras, é urgente a necessidade de leis e regulamentações na extensão marítima que protejam a área da pesca artesanal. Nas palavras de Robson, "o maritório é uma demarcação da área marítima que garanta e assegure o pescador artesanal no seu oficio e nas suas tradições".


Para que a luta das comunidades pesqueiras se mantenha fortalecida, a atuação coletiva se torna imprescindível. Por isso, Angélica Sousa narra como a comunidade de Castelhanos (SP) se organizou para defender e permanecer no território. Além de fazer uma convocação e elucidar a importância das comunidades caiçaras e a presença delas como parte fundamental para preservação do meio ambiente e dos saberes tradicionais. “Nós somos os guardiões do mar e os guardiões da floresta”, afirma.


Já o pescador Robson Possidônio, da praia da Trindade (RJ), nos convida a refletir e ampliar o debate sobre as consequências do modelo de desenvolvimento no qual estamos inseridos. Para Robson, a sazonalidade do peixe é algo esperado, mas a escassez, como se tem acompanhado, é provocada pela ausência de políticas públicas que protejam o mar, o meio ambiente e as comunidades tradicionais.


O último episódio da temporada traz o ponto de vista da Adrielle de Jesus, liderança jovem da Ilha Grande que cresceu no mar, nada, pesca, mergulha e sabe ler as ameaças ao seu território. Ao longo do episódio, Adrielle fala sobre suas inquietações, percepções e desejo de mudança e da importância do engajamento da juventude na luta pela preservação do território e do mar.


Ouça a série aqui.

O que é o Projeto Redes?



O Projeto Redes é fruto de uma parceria com a Fiotec/Fiocruz por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Resultado de uma condicionante exigida à Petrobras pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, o Projeto Redes é uma política pública conquistada por comunidades tradicionais pesqueiras impactadas por empreendimentos de petróleo e gás natural no litoral norte de São Paulo e no litoral sul do Rio de Janeiro.



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