Foram 118 inscritos para uma seleção de 40 candidatos que irão cursar as disciplinas da primeira edição da Pós-graduação em Gestão de Territórios e Saberes, uma parceria entre a UFF, o OTSS e o ICMBio.
Em decorrência da pandemia, aulas começam no primeiro semestre de 2021 de modo virtual.
Lançada oficialmente no mês de fevereiro de 2020, a "Pós-graduação TERESA - Gestão de Territórios e Saberes" teve seu processo seletivo encerrado em meados do mês de março e as duas primeiras turmas estão formadas para os desafios que virão. As disciplinas serão cursadas em Paraty e Angra dos Reis, e cada turma contará com 20 selecionados.
"Nós tivemos 118 inscritos, praticamente três candidatos para cada vaga, por se tratar do primeiro processo seletivo. candidatos e candidatas com muita experiência política e profissional, dentro e fora dos territórios. Além de pessoas ligadas a academia, tivemos, sobretudo, pessoas que atuam em movimentos sociais", pontua José Renato Porto, professor do Instituto de Educação de Angra dos Reis da Universidade Federal Fluminense (IEAR/UFF). Segundo ele, foi grande o desafio de filtrar os inscritos para chegar nesse número de 40 candidatos selecionados, 20 para cada município, e a turma formada está caracterizada pela diversidade (por pessoas de comunidades tradicionais, da academia, de órgãos públicos, professores etc).
A especialização pretende abordar as experiências, problemáticas e desafios do território da Baía da Ilha Grande. A Pós-graduação TERESA - Gestão de Territórios e Saberes é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) – uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT).
"Infelizmente ficaram muitas pessoas boas de fora, com perfil muito alinhado ao que pensamos sobre o curso, por isso é importante dizer que elas seguem no radar da Teresa, seja como próxima turma ou como público das disciplinas avulsas que poderão ser feitas pelas pessoas que não passaram, e que podem se engajar e se envolver no curso", alerta o professor José Renato. A seleção também deu prioridade aos candidatos que já estavam próximos aos territórios e acabou por priorizar os processos já em curso na região.
Adaptação à pandemia
Em vista da pandemia de Covid 19, que levou ao adiamento das aulas presenciais em 2020, o Curso Teresa desenvolveu este ano um ciclo de debates online. O primeiro encontro teve como tema "O enfrentamento da Covid-19 na região e nos territórios e a determinação social da saúde" e contou com a participação dos professores Anderson Sato, Michael Chetry, Monika Richter, Domingos Nobre, Edmundo Gallo e Ivanildes Kerexu, enfatizando o monitoramento do Covid-19 em Angra, Paraty e Mangaratiba, a situação nas aldeias da região e a ideia de determinação social da saúde.
Já o segundo encontro virtual teve como tema "Educação e saberes em tempo de distanciamento social" e contou com a participação das professoras Indira Alves França, Laura Maria dos Santos, Iaci sagnori de Mattos, Roberta Lopo Bezerra, Luiza Vilas Boas, Lucimara Marcelino, Katia Zéphiro, Laís Pimentel e Erica Mota.
Segundo decisão do Colegiado do Curso, as disciplinas começarão em 2021 também de modo virtual.
O que será pesquisado e desenvolvido?
"Ao observar o panorama geral dos temas apresentados como proposta de pesquisa e intervenção, vimos que a grande parte dos projetos aborda: Turismo de Base Comunitária (TBC), agroecologia, Unidades de Conservação, conflitos socioambientais, educação diferenciada e cultura popular das comunidades tradicionais", explica José Renato sobre as temáticas que apareceram com destaque nas inscrições.
Saiba mais sobre a pós Teresa
"O nome Teresa foi dado porque une as iniciais de Território e Saberes e poderia ser uma mera sigla no entanto resulta num nome próprio e muito forte, Teresa, com o qual podemos homenagear Teresa de Benguela, que viveu no Mato Grosso, no século XVIII e foi a líder do Quilombo de Quaritererê", conta Lício Monteiro. Ele também ressalta que Teresa de Benguela é homenageada no dia 25 de julho, dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha e dia nacional Teresa de Benguela. "A escolha foi muito feliz e consegue trazer significados que apontam na direção do que queremos para o curso", finaliza.
Com duração de um ano, a especialização será dividida em 4 bimestres que somam 360 horas de aulas presenciais. As disciplinas obrigatórias são: Território e territorialidades; Interculturalidade e saberes; Políticas Públicas, Estado e sociedade; Metodologias e Projeto. As aulas serão oferecidas em duas turmas, com 20 estudantes cada, sendo uma em Paraty e outra em Angra dos Reis, nas dependências das três instituições envolvidas. Ao final do curso os alunos deverão apresentar seus Trabalhos de Conclusão de Curso, desenvolvidos ao longo do ano.
Acesse o site.
Foto: Felipe Scapino/ Comunicação OTSS
Texto: Vanessa Cancian/ Comunicação OTSS
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