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Fiocruz e movimentos sociais se unem em projeto para fortalecer segurança alimentar de comunidades indigenas do Rio de Janeiro 

Iniciativa, que abrange oito aldeias fluminenses, reúne Fiocruz Mata Atlântica, Movimento Baía Viva, Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), uma parceria entre a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Pormoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS) e o FCT.  



Representantes da Fiocruz, do Movimento Baía Viva e do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) estiveram em Paraty (RJ), em fevereiro, para dar seguimento ao projeto "Bem Viver dos Povos Indígenas”. O acordo de cooperação tem como objetivo identificar estratégias e ações destinadas à promoção de Territórios Sustentáveis e Saudáveis em parceria com oito aldeias indígenas fluminenses. 


Com foco no Sistema Único de Saúde (SUS), priorizando iniciativas e projetos no campo do Etnodesenvolvimento, incluindo a implementação do Programa Estadual de Soberania da Segurança Alimentar e Nutricional (PESSAN-RJ) nas aldeias, a iniciativa propõe uma abordagem integrada e participativa com foco na melhoria da qualidade de vida, segurança alimentar e nutricional, saúde e sustentabilidade ambiental das comunidades indígenas do Estado do Rio de Janeiro.


As ações abrangem também o saneamento ambiental e o abastecimento de água, a melhoria das condições habitacionais (habitação saudável), o bem-estar e a saúde única, além de iniciativas de conservação, restauração, agroflorestas e uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica, visando a geração de alimentos, fitomedicamentos e renda.


“Os povos originários são os grandes protetores da biodiversidade do país, suas áreas são as mais conservadas, essa parceria com a Fiocruz vai colaborar para promoção de sua saúde, para continuarem protegendo suas terras e sua cultura. A saúde indígena é uma pauta muito cara para a Fiocruz”, destaca Andrea Vanini, coordenadora adjunta da Fiocruz Mata Atlântica.


O projeto beneficia oito aldeias fluminenses, distribuídas em diferentes regiões do estado: em Angra dos Reis, a Aldeia Guarani Mbyá de Sapukai; em Paraty, a Aldeia Guarani Mbyá de Araponga e a Terra Indígena Itaxi Mirim; no Saco do Mamanguá e na Ilha Grande, as aldeias Arandu Mirim, Iriri Kãnã Pataxi Üi Tanara e Tekohá Dje’y; e em Maricá, as aldeias Mata Verde Bonita e Céu Azul.


Integração



“Esse acordo de cooperação visa fazer um trabalho de diagnóstico participativo junto às aldeias indígenas do Estado de Rio de Janeiro. E esse diagnóstico busca identificar as principais demandas e necessidades no campo das políticas públicas. Esse trabalho teve início nas aldeias de Maricá e, em seguida, em Paraty e em Angra dos Reis. Foram sete dias visitando as aldeias dessas regiões”, explica Mauro Gomes, servidor da Fiocruz e integrante do Colegiado de Coordenação do OTSS. 


Os projetos serão desenvolvidos com a participação das comunidades tradicionais, garantindo seu consentimento conforme as diretrizes de convenções internacionais e nacionais, como a OIT, a ONU, o Tratado sobre Propriedade Intelectual e o sistema de propriedade intelectual. A proposta busca assegurar a repartição justa dos benefícios dos Conhecimentos Tradicionais Associados, alinhando-se à Constituição Brasileira, à Convenção sobre Diversidade Biológica e à Lei da Biodiversidade, com o objetivo de proteger o conhecimento tradicional e promover a conservação ambiental.


“Nossa participação contribui para o debate sobre a busca de soluções para os desafios enfrentados pelos povos indígenas na área da alimentação. O principal ponto de discussão foi como apoiar as atividades locais nas aldeias, com o objetivo de fortalecer a produção de alimentos e garantir a segurança alimentar das comunidades indígenas”, diz Júlio Garcia Karai, liderança Indígena da aldeia guarani Sapukai, em Angra dos Reis, e pesquisador do OTSS. 


“Esse encontro foi uma oportunidade de conhecer o trabalho de excelência que o OTSS já desenvolve nos territórios tradicionais da região, que a gente acompanha já há bastante tempo. E, no diálogo com as comunidades, a gente vê que há uma fragilidade muito grande de diversas políticas públicas. E o objetivo desse acordo de cooperação técnica e as parcerias que nós estamos construindo com a Fiocruz, é para fortalecer as políticas públicas, políticas sociais, políticas ambientais nesses território”, completa Sérgio Potyguara, do Movimento Baía Viva. 


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Texto: Déborah Gérbera (OTSS - Fiocruz/FCT)

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